sábado, 25 de maio de 2013

QUEBRANDO BARREIRAS

   Depois de realizar dois treinos bons, em torno de 100km, no mês de março e abril, voltei a fazer um treino mais puxado hoje. Após quase quatro anos, indo toda semana de Mato Leitão a Lajeado, quase sempre de ônibus e moto, e algumas vezes de carro e de bicicleta, desta vez fiz o mesmo trajeto a pé, 25km. A pé e correndo! Correndo o caminho todo..
   Aproveitei uma oportunidade, que era o passeio ciclístico da Academia Em Forma, e a situação da minha bike já estar em Lajeado, em manutenção na AS Bikes. Planejei todo o esquema durante a semana. Na quinta de noite já arrumei uma mochila de apetrechos que precisaria pro sábado ao chegar da corrida. Na sexta, deixei a mochila na Padaria Suíça, onde seria o ponto de apoio e para almoço, e a bike levei na academia. Tudo encaminhado e a previsão do tempo ao meu favor. Também, planejei sair, desta vez, logo antes do meio-dia, devido em outras corridas que havia feito após o almoço não terem sido boas experiências.

   Hoje, ao acordar quase às 10 horas, me deparo com um dia lindo! Já comecei a me empolgar, tomei um café da manhã reforçado e até deu pra fazer uns serviços de casa. Passando das 11:30 estou pronta para sair, a estratégia era dormir bem - e bastante - e correr só com o café da manhã no “bucho”, deixando para almoçar só mais tarde, coisa que já é normal nas corridas de aventura.
   Os primeiros 2km foram de aquecimento, revezando caminhada e trotezinho, pra esquentar as “juntas”. Me sentia muito bem, quase leve, nos primeiros quilômetros após o aquecimento já tinha a impressão de que completaria o percurso. Neste meio tempo, procuro me distrair com as músicas do meu MP3 da China, que por sinal está de parabéns, desta vez a bateria aguentou quase todo o percurso.
   Correr por mais tempo e sozinha é quase uma seção de terapia, um grande momento de reflexão. Pensei em muita coisa, primeiramente no meu amigo Jean Carlo Hansen, do seu relato filosófico de um treino que postou essa semana no face, pensava em escrever o meu depoimento e já queria que pudessem os pensamentos serem transferidos automaticamente para texto em um chip. Logo, já lembrava de todos os amigos das corridas de aventura, em cada integrante de várias equipes, que provavelmente muitos deles estivessem fazendo algum treino e sofrendo junto comigo, como: Kaapora, Sol de Indiada, Gigante Bike, Life Adventure, Adrennon, Black Aipim, Krakatoa, 100 Rumo, até mesmo nos “catarinas”, entre vários outros atletas e minhas ananás Michi, Kátia, Carla e Tati!
   Descobri que correr na rodovia também pode ser uma aventura. É comum ouvir algumas buzinadas de vez em quando, mas desta vez cheguei a achar que era uma conspiração a meu favor. No início estava acanhada e, como de costume, não dava bola. Mas depois comecei a me empolgar, queria até agradecer os mais de 30 motoqueiros, esses do tipo de motoclube, que passavam aos poucos em grupos, e que buzinaram pra mim. Considerei como uma “torcida organizada”, muitas vezes cheguei a acenar de volta, transparecendo pra eles a alegria que tinha em estar fazendo o que eu gosto, pois da mesma forma, eles também estão se aventurando e possuem os mesmos sentimentos, porém, em situações diferentes. Descobri também, que tem uma certa empresa que “torce” muito por mim, pois todos os seus caminhoneiros também buzinaram. Realmente hoje me senti como se estivesse num jogo e todos estavam assistindo e torcendo, levei tudo pro lado positivo e me empolguei ainda mais pra continuar forte na minha corrida. Em alguns momentos, cheguei a levantar as mãos pra cantar e vibrar junto com a minha música, uhuu, muito bom! isso que nem chegou a tocar o Kuduro, senão teria acelerado mais.. hehehe.

   Em certo momento, para um carro logo na minha frente, nestas horas começa a bater uma insegurança. Quando cheguei mais perto, o homem gritou perguntando sobre onde fica o parque municipal de eventos, e eu fui indo, fiz sinal pra ele vir junto e expliquei que não podia parar! enquanto eu corria respondia a pergunta do homem. Mais adiante, outro carro vem devagar em minha direção e no acostamento, “pouts”, pensei! De novo, queriam informações sobre o local do rodeio. Na próxima vez dou uma dica melhor pros caras: fiquem esperando passar uma caminhonete com carretão de cavalo e sigam-na, não tem erro, ok?!
   Continuo correndo e com o sentimento de que vai dar tudo certo, porém agora, passado metade do percurso, começam a aparecer alguns sinais do corpo, indicando aquelas incômodas dores nos tendões e joelhos. Mas nada que não passe em alguns minutos. Perto dos 20km começo a ficar com sede. Ah! Hoje também estreei meu brinquedo novo, uma pochete Curtlo para carregar garrafinha de água. Nesta altura meus tornozelos já estavam tinindo, e começo a pensar nos sintomas das corridas de aventura. Penso que está tudo tranquilo, é assim mesmo, pois nas corridas de aventura estamos acostumados a sentir tudo que é tipo de dor, no início dói uma coisa, depois outra e outra, até que chega uma certa altura da prova que dói o corpo inteiro, passando este sentimento a ser o estado normal do corpo.
   Quase chegando em Lajeado, encontro a ciclista Marci Weiler, que está indo para mais uma de suas aventuras e aproveita para me contar de seus projetos. Nisto, verifico a primeira vez o horário e descubro que estou melhor do que pensava. E, em alguns minutos, me percebo chegando no centro de Lajeado e penso: “feitoooo!!!”. Entrando na padaria Suiça verifico o horário final e constato que meu desempenho foi melhor do que eu pensava. Havia estimado que levaria em torno de 2:30 para completar os 25km e o tempo final foi 2:15!! Fiquei muito, mas muito feliz!!! Pronto, acabou, está feito! Logo liguei para o meu excelentíssimo namorado pra contar o feito e dizer que estou bem. Então, parti pra parte boa do dia, uma refeição com uma vitamina de morango e café passado.
   A partir de então, era só alegria, parti rumo à academia Em Forma para o Passeio Ciclístico. Fizemos em torno de 9km em ritmo de passeio e ao som dos mesmos gritos das aulas de bike da profe Michi Villa. Altas fotos e risadas com uma galera alto astral, né Beth e Déia?!


    Cumprida mais esta etapa do dia, parto para os 25km finais, de volta pra casa e em ritmo forte! A noite já estava caindo e não é que novamente para um veículo querendo informações, o cara quer saber se a polícia estadual, por onde eu havia acabado de passar, estava atacando.. :S

Com 55 minutos de bike, chego de volta em casa fechando o dia com um ótimo treino realizado. Neste momento estou muito contente, pois tudo que eu havia planejado deu certo, metas cumpridas. E, agora, vou colocar um gelo nas “juntas” e descansar, porque amanhã tem mais!!! Corrida rústica em Venâncio Aires, conforme meus planos, a ideia é ir pedalando 15km até a cidade vizinha, correr os 10km do percurso da prova e voltar pedalando. Acho que amanhã não terei tanta “torcida” na estrada, pois sairei bem cedo, mas a empolgação será a mesma!

   E, ainda, no domingo pela tarde, é hora de torcer para o Fluminense de Mato Leitão que vai disputar a final do Campeonato Municipal de Venâncio Aires, de futebol de campo, onde o meu querido, lindo e amado namorado é o goleador, até o momento!! Te amo, Diego!
   Bora pra fechar a semana como ATLETA!!! Conforme o grupo do face Motive-se.com.nosco.
e.. treino e mais treino porque a Bituin vem aí!!!

Fernanda Finkler